Do Concerto do Justin Bieber

Então não é que o concerto do Justin Bieber deu que falar? Não estava à espera que este concerto fosse noticia de horário nobre, até fizeram entrevistas às miúdas(os) e aos respetivos Pais, que acamparam à porta do Pavilhão Atlântico com eles. Não há noticias de jeito para fazer, ninguém rouba um banco, não há desemprego suficiente, enfim, não se passa nada neste País, lá temos nós de ocupar o tempo com noticias destas. Se assim é vamos lá continuar a comentar.

Fez-me impressão ver o histerismo das miúdas(os), isto porque no meu tempo não haviam cá destas merdas, fomos ensinados a gostar das bandas através da simples audição das suas musicas na rádio, de onde gravávamos cassetes e ocasionalmente comprávamos a cassete ou o CD. E se chorássemos porque não íamos a um concerto, um berro da mãe e um olhar tenebroso do pai, eram mais que suficientes para matar ali o assunto.

É como ser do Sporting, não ganham nada e não nos fazem a vontade, mas no final isso só contribui para fortalecer o nosso caracter. Hoje somos licenciados, desempregados, dotados de um poder de encaixe brutal e continuamos Sportinguistas, ou seja, fortes, fortíssimos.

Mas isto agora são outros tempos, os putos de agora é que mandam nos Pais. Nos dias de hoje, a liberdade conferida aos filhos é tanta, que os filhos é que ditam as regras: “olha pai, vou ver um filme porno na sala com o teu sistema de som, enquanto fumo um cigarro, porque estou a treinar para ser toxicodependente. E já agora daqui a nada vou ali tatuar Justin Bieber, em seis (6) sítios diferentes, neste corpinho ainda com cheiro a leite”.

Tatuar Justin Bieber?!? Seis? Seis vezes?!? Mas que raio de pai/mãe inconsciente, permite uma merda destas? Foda-se, se ainda fosse METALICA, ainda era como o outro, agora Justin Bieber? É que parece que não “Nothing Else Matters”, por si só, sempre tem mais significado do que “Baby, baby, ohh”, que em Português, é um gajo a vir-se num filme pornográfico do Sá Leão.

Não sei o que é que se passa com os progenitores de hoje, são moles. Era mesmo eu que ficava ali a mamar com uma seca de dias, à chuva e ao frio, só para o meu filho ser um dos primeiros a entrar no concerto, porque cá atrás não chega.

Quanto muito, deixava-o à porta do Pavilhão Atlântico, e depois ia fazer o check-in no Myriad Hotel, para passar o tempo, bem longe do frio e da chuva, a ver a bola e a comer os chocolates todos do Mini-bar.

Claro que iria dar um olhinho pelo miúdo(a), que tipo de pessoa pensam que sou? Era só pedir à minha mulher para não se esquecer de tirar os binóculos da arrecadação, ela é que guarda tudo e nunca sei onde estão as coisas.

Termino com um apelo aos progenitores de agora. Não tenham medo dos vossos filhos, neguem-lhe coisas estupidas! Não é que daqui a uns aninhos vos venham a internar num lar ilegal na margem sul, onde vão sofrer maus tratos.

Tipo vingança porque não lhes fizeram a vontade, “Traumatizaste-me Pai, cresci sem ver o meu ídolo, por isso agora sou gorda, infeliz e vendo cenas da Avon…” isto não acontece se forem duros, como os Metalica!! Yeahhhh!!!