quinta-feira, 21 de março de 2013

Os negócios da minha rua.

Fiz uma espécie de case study, sobre os negócios que existem na minha rua, e num raio de 100/200 metros vi que existem: três papelarias, quatro boutiques de fruta, quatro cabeleireiros e pelo menos sete cafés/restaurantes.

Rapidamente percebi porque motivo é que as pequenas médias empresas andam a morrer, e que não é só devido à crise.

É porque as pessoas são estupidas. Porquê? Eu já tinha uma papelaria, abriram outra, e alguns meses depois mais uma, em espaços que já foram papelarias que fecharam as portas (falência), ou seja, abriram um negócio num local onde a oferta é maior que a procura.

Foda-se!? Mas o que é isto pá? Eu gabo a coragem destas pessoas para abrir um negócio, não é para qualquer um. Mas depois abrem uma puta de uma papelaria mesmo ao lado de outra, num bairro onde só moram velhos e pombos, num beco sem saída, onde só o Diabo vai quando a vontade aperta para fumar um cigarro.

Como se o facto da anterior papelaria ter fechado por motivo de falência, não fosse sinal suficiente para pensar “hmm esta merda tem bicho”

Depois queixam-se “ahh e tal, isto está mal as pessoas não compram coisas é a crise. Meti-me em despesas, estou entalada com as dividas, o meu marido matou-se e a minha filha foi prostituir-se para pagar as propinas da faculdade…”

Do que é que esta gente está à espera? Hum? Que as pessoas comecem a dar uma de aventureiros exploradores de negócios escondidos? Vai na volta acham que existem por aí grupos de peregrinos oniomaníacos na minha rua, à procura de uma loja, localizada num local que nem a Camara Municipal sabe que existe. E depois quando encontrarem como vai ser? Tiram ao calhas ou comprar um bocadinho a cada um?

Nesta altura do campeonato, temos duas hipóteses. A primeira é trabalhar para conta de outrem, ganhar pouco cá dentro ou o suficiente lá fora. A segunda é ser empreendedor, criar um negócio de valor e disruptivo. Abrir um negocio cujo mercado está completamente estrangulado, com má localização e sem ponta de criatividade não faz puta de sentido, só piora as coisas.

Fico triste ao perceber que parece que não temos capacidade para criar valor.

2 comentários:

  1. Deviam abrir uma funerária. Diz que é um sector sempre em expansão.

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  2. Temos algumas.
    disso podem abrir aos magotes, há sempre negocio de sobra.
    A crise também ajuda. Morrem mais rapido!

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