A notícia que hoje mais marcou o meu dia, foi aquela
em que Vale e Azevedo afirma ter pensado em suicídio em 2004. Na entrevista
muito elucidativa que deu à agência Lusa, abre o seu coração e fala sobre as
injustiças e calúnias de que foi alvo.
Ainda não consegui parar de chorar, estou de rastos com a
situação e até tive de tomar um imodium lento para acalmar.
«Foi o momento mais difícil em toda a minha vida. Tive de
ter muita força para não por termo à vida».
Só não pôs termo à vida porque é um indivíduo muito
respeitador da Lei. Estava ele prontinho para fazer uma loucura, quando se
apercebeu que o seu Porche estava estacionado em frente a um portão onde era
proibido estacionar. Como é um homem íntegro e respeitador dos sinais de
trânsito em particular e da Lei em geral, não podia falecer e deixar o carro
ali a estorvar. Então disse para si próprio “epá vou tirar daqui o carro, vou estacioná-lo
bem, e depois vamos lá falecer”.
E assim foi. Entretanto lembrou-se de ir comprar charutos e varreu-se-lhe
a ideia da cabeça.
«Todo esse percurso, a prisão e os processos, destruiu
completamente a minha vida. Obrigou-me a mudar, a fazer um esforço para
sobreviver e continuar a sobreviver e ir em frente».
Por acaso já pararam para pensar como era se fossem obrigados a mudar
de vida e a fazer um enorme esforço para viver num soberbo condomínio privado em
Londres com motorista, e com restaurantes onde servem pratos com apenas um
cubinho de frango e umas folhinhas de rúcula????
Ser obrigado a mudar para viver assim, não se faz a ninguém…
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