Hoje, não se lê outra coisa no jornais, “Os Portugueses já
não estão perante o abismo”, ou, “ A imagem externa de Portugal está a
melhorar”. Estas noticias, caíram-me mal no bucho, e com certeza caíram ainda
pior, no bucho de muitos Portugueses que o têm vazio.
Os Portugueses que já não estão perante o abismo, estão
agora sepultados, graças ao incentivo de certos governantes, para levantarmos
as cabeças, dar um passo em frente, abraçar a oportunidade do desemprego, e do
pagamento de mais impostos.
Os bravos que deram o passo em frente, deixaram as linhas da
frente do precipício, caindo nele.
Esta espécie de batalha para a conquista de uma melhor
imagem externa, foi ganha essencialmente através do sacrifício de milhares de
famílias pobres, sim porque os ricos não puderam ainda contribuir, não podemos
sobrecarrega-los, afinal tem vidas muito agitadas, fugir a um processo judicial
por evasão fiscal é cansativo…
Desta forma estamos perante
uma estúpida antítese, pois para se ficar bem visto lá fora, tem de existir uma
espécie de sacrifício humano cá dentro. E se é assim, então do que nos valem estas
aparências externas? Com tanto sacrifício qualquer dia não existe um único Português
vivo para assistir à esperada mudança.
Olhando de fora para dentro, o "outros" deleitam-se com esta linda praia
lusitana, cheia de vida e póneis cor de rosa. Pelos nossos olhos, cavando um
bocadinho, um bocadinho só, não é preciso ir tão a fundo, vemos que por dentro
temos um Portugal moribundo, cuja palidez tem sido camuflada através de uma equipa
de maquilhadores, constituída por um habilidoso Governo funerário.
É preciso mudar, mas como?
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